HISTÓRIA DO MUNICÍPIO
Conheça o Município de Cláudia
A História de Colonização de Cláudia-MT
Após a década de 1960, o Governo Federal desenvolveu políticas de incentivo voltadas às regiões consideradas distantes e pouco acessíveis, estimulando a colonização da região norte de Mato Grosso, até então tratada como área de reserva. Esse processo foi fundamental para a ocupação do Estado e para o surgimento de diversos municípios.
Com o Projeto de Integração Nacional (PIN), sancionado em 1970 pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, buscava-se aliviar tensões sociais nas regiões Sul e Sudeste, promovendo o deslocamento de milhares de migrantes. A propaganda oficial destacava terras férteis, incentivos fiscais e a ideia de “levar homens sem terra para terras sem homens”, atraindo famílias motivadas pelo sonho de progresso.
Foi nesse contexto que, em 1978, iniciou-se a colonização da cidade de Cláudia-MT. A Colonizadora Sinop S.A., de propriedade dos empresários Ênio Pipino e João Pedro Moreira de Carvalho, adquiriu a Gleba Celeste área de 645 mil hectares, localizada na altura do km 500 da rodovia Cuiabá-Santarém. O projeto contemplava a fundação das cidades de Vera, Santa Carmem, Sinop e Cláudia.
Equipes de trabalhadores, topógrafos e técnicos acompanhavam os colonizadores na demarcação da área, enfrentando a densa mata amazônica. As propagandas radiofônicas, principalmente no Paraná e no Sul do país, anunciavam terras livres de geada e férteis para café, arroz e outros cultivos.
Movidas pela esperança de dias melhores, muitas famílias migraram, dispostas a trocar o que tinham por propriedades maiores e produtivas, garantindo sustento e herança para os filhos. O êxito do processo deve-se tanto aos incentivos do Governo Federal quanto à experiência prévia da Colonizadora Sinop S.A em projetos no Paraná, que ajudou na fixação dos migrantes.
Assim, centenas de famílias se estabeleceram nas cidades da Gleba Celeste, impulsionadas pelo desejo de melhorar suas condições de vida. A colonização tinha como principal objetivo o desenvolvimento da agricultura e a fixação do migrante na terra. Muitos pioneiros sonhavam em plantar café, explorar madeira, criar gado e cultivar mandioca, especialmente para abastecer a Sinop Agroquímica S/A, inaugurada em 1979 por Ênio Pipino.
A usina, que funcionou a partir de 1981, utilizava tecnologia alemã para produção de álcool a partir da mandioca. Sua propaganda, “Plante, a usina garante”, simbolizava a esperança de progresso econômico.
Entretanto, dificuldades administrativas e mudanças nas políticas governamentais levaram ao fechamento da usina anos depois. O café, principal cultura sonhada pelos paranaenses, não se adaptou ao solo e clima locais. Aos poucos, os agricultores diversificaram a produção com arroz, soja, milho e outras, muitos migrantes se dedicaram à pecuária, atividade ainda presente no município.
Paralelamente, várias madeireiras se instalaram na região, como a pioneira Madeireira Cláudia, fundada pelos irmãos Maldonado, e posteriormente a Madeireira e Laminadora Canozo, fundada pelos Irmãos Canozo, que chegou a empregar mais de 200 pessoas, evidenciando o papel do setor madeireiro no crescimento econômico e social.
A cidade foi projetada para 25 mil habitantes, com centro urbano, chácaras e fazendas. O colonizador Ênio Pipino nomeou cidades, estradas e córregos com nomes femininos, em homenagem ao papel essencial da mulher na família e na organização social. Dessa inspiração nasceu o nome Cláudia-MT.
Entre os primeiros moradores, destaca-se a professora Roseli de Moura Maldonado, que iniciou o ensino em uma casa improvisada, próxima à mata, e foi responsável pela criação da primeira escola, a Escola Estadual Manoel Soares Campos, em 1981. Ela também prestou serviços voluntários à saúde, realizando exames de malária para a SUCAM, evidenciando a contribuição feminina na construção da comunidade.
A saúde, inicialmente precária, contou com iniciativas como a “Drogaria Li Lu” do farmacêutico Aurélio Lino Teixeira e o Hospital e Maternidade Dona Nilza, posteriormente adquirido pela SAMIC – Sociedade Amigos de Cláudia, associação comunitária formada para enfrentar os problemas locais e garantir atendimento médico. Até a emancipação, Cláudia era administrada como subprefeitura de Sinop. A mobilização popular levou à realização de um plebiscito, amplamente aprovado, que resultou na criação do município pela Lei nº 5.319, de 04 de julho de 1988, sancionada pelo governador Carlos Bezerra.
Nas eleições daquele ano, a comunidade elegeu seu primeiro prefeito, José Augusto Formigoni, o vice-prefeito Acássio Guzzo e nove vereadores pra a primeira legislatura. A partir daí, a história do município passou a ser escrita sob autonomia política e administrativa.
Cláudia é, portanto, resultado da coragem e da esperança dos pioneiros que chegaram entre 1978 e 1988. Sua história mostra que o desenvolvimento não foi apenas fruto da exploração de recursos naturais, mas, sobretudo, da capacidade humana de transformar adversidades em oportunidades, construindo uma comunidade baseada em união, trabalho e solidariedade.
Contribuição para o site https://www.camaraclaudia.mt.gov.br/ sobre a história da colonização do município: Professora e Pesquisadora Claudevânia Barbon Anderle
SIMBOLOS MUNICIPAIS
A Lei nº 021/1989 instituiu os símbolos oficiais do município: o brasão e a bandeira. Para a definição dos desenhos, realizou-se um Concurso de Desenho específico, coordenado pelo Prof. Kurt Hattje, na Escola Estadual Manoel Soares Campos. Os trabalhos vencedores tiveram como autores alunos da instituição, que foram devidamente reconhecidos pelo então Prefeito Marcos Fernando Feldhaus, em 04 de julho de 2025, após a confirmação da autoria junto a ex-alunos, ex-prefeito e ex-vereadores da 1ª legislatura.
Bandeira Municipal: ALEXSANDRA NICARETTA PASSOS autora do desenho, se inspirou na Bandeira do Brasil. O CÍRCULO BRANCO representa o município de CLÁUDIA que surge como uma clareira no meio da mata, rodeada de riquezas representadas pelo AMARELO, uma perspectiva de crescimento, prosperidade e esperança que brotava no coração dos primeiros moradores, verdadeiros guerreiros e desbravadores diante de tantas dificuldades. O VERDE representa a mata, floresta densa de um verde vivo. O AZUL com o SOL no centro traz à lembrança de um céu limpo, clima sempre agradável, dias claros, iluminados com vida abundante. E os SÍMBOLOS DA ECONOMIA que dava os primeiros passos rumo ao desenvolvimento, algumas das principais atividades como as MADEIREIRAS representadas pela tora; o chifre de boi representando a AGROPECUÁRIA; o milho, o arroz e o café representando a AGRICULTURA.

Brasão Municipal: O Brasão Municipal foi criado por DARCI KAEFER, a inspiração do autor para a criação do desenho veio de um pergaminho que viu num garrafão de vinho, que coloriu de AMARELO para representar todas as outras RIQUEZAS ECONÔMICAS que o município poderia desenvolver, usou-se a composição de dois galhos representando a FLORESTA, duas toras com serras representando as industrias MADEIREIRAS, sobre a AGRICULTURA que se iniciava, fez a espiga de milho, o galho de café e o arroz, a AGROPECUÁRIA representou com dois berrantes do lado do sol que representa Claudia nascendo no meio da floresta, finalizou a arte com uma faixa decorativa com a data da EMANCIPAÇÃO POLITICA ADMINISTRATIVA 04/07/1988.
Contribuição para o site https://www.camaraclaudia.mt.gov.br/ sobre a história da criação dos desenhos dos Símbolos Municipais: Professora e Pesquisadora Claudevânia Barbon Anderle